terça-feira, julho 13, 2010

Em uma madrugada...

...eu acordei com os seus sussurros. Ele dizia que não ia aguentar, aclamava a Deus e se perguntava qual era o motivo de tanta dor. Os meus olhos encheram de lágrimas ao ver que ele estava deitado e que dos olhos dele também saiam lágrimas. Eu não podia fazer nada, absolutamente nada. Ele nunca foi de conversar, nunca foi de mostrar sua dor. Em algum momento, talvez, ele iria se abalar. Eu tenho tantas coisas igual a ele que chega ser estranho, quando nos brigamos, as vezes, até parece que estou diante de um espelho. No fim, somos IDÊNTICOS. Eu o vi no hospital, após sua cirurgia, eu peguei sua mão e disse o quanto eu estava feliz por vê-lo ali, vivo, por ter sobrevivido. Ele não conseguia falar, mas, eu vi em seus olhos que ele também estava feliz por estar ali e por mi ver. Eu o ajudei na sua recuperação, vi cada momento de sua aflição e tristeza. Vi sua fé crescer e vi ele se reergue. Ele ainda carrega suas cicatrizes, mas, deixou os cigarros no lixo. E, é verdade que hoje nos brigamos, na verdade, constantemente, mas, eu consigo ver tanto de ti em mim e sei que isso nunca vai mudar, tudo bem. Você mi ensino a ser quem eu sou hoje. Eu vivi cada sofrimento com você, pai. E viveria tudo outra vez, por você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário